segunda-feira, setembro 26, 2011

Migrar


Alguns de vocês não sabem, mas vou emigrar. Ou imigrar? Já não sei bem, um a vez que como saio da Madeira, emigro, mas como vou para Lisboa, imigro. Lembram-se da definição e Imigração e Emigração? Acho bem que sim.

Tem sido um ano de grandes decisões. Algumas fáceis, outras nem por isso. Mas tomadas.

Várias vezes me perguntaram se eu sabia o que queria e a minha resposta era sempre a mesma: sei o que não quero.

Aos poucos fui percebendo o quero, por isso vos digo, comecem pelo que não querem na vossa vida, que percebem logo o que querem. Lutem por isso.

O facto de vivermos as nossas vidas de um modo que não queremos, desgasta-nos. Faz-nos aceitar alterações e mudanças que não fazem parte de nós. E isso, contra a nossa vontade, muda-nos. Magoa-nos. Mata-nos o sentimento. Passamos a viver a vida como robôs.

Há que me diga que tenho muita coragem. Será? Acho que me sentir corajoso por isso é ser demasiado arrogante. Há quem me diga que não perceber a coragem que tive é me menosprezar.

Aprendi a me aceitar como sou. Com os meus defeitos. E se são meus, são meus, não são dos outros. E outros não têm nada que ver com isso. E quando se percebe isso aliado ao facto de não termos de ser forçados a mudar, percebemos que a coragem não está no facto de tomarmos decisões, mas de olharmos para nós e nos respeitarmos.

Sim respeito. Hoje em dia fala-se muito pouco sobre o respeito. Não falo do respeito imposto pelo medo, mas do respeito que aparece com naturalidade. O respeito que nos faz perceber que afinal não somos nem tão bons nem tão maus como isso. Que afinal existimos como pessoas. E que afinal há quem nos respeite. E muito!

Sinto-me bem, sinto-me único. Sinto.me com força de enfrentar o mundo, embora saiba que isso não será necessário

P.S. Já percebi que nem emigro nem imigro. Este Portugal tem esse efeito.


terça-feira, abril 12, 2011

Crescer depressa

Estou preocupado. Esta manhã dei por a pensar na situação deste país à beira mar afundado (ia dizer plantado, mas …), nos políticos e suas guerras e fiquei preocupado.

Fiquei preocupado porque os meus filhos terão que crescer depressa demais. Vão ter que lutar por uma vida estável com todas as suas forças e sinceramente não sei se o vão conseguir. Não por não estarem preparados. Não por não saberem que a vida não é fácil.

Não sei se o vão conseguir porque no estado é que isto está, nem eu sei se conseguia.

Não me entendam mal. Não sou aquele tipo de pai que protege os filhos de tudo e de todos. O melhor conselho que lhes dei é da autoria do Bill Gates : A vida não é fácil. Habitua-te a isso.

Notem, não acho que os nossos filhos têm de ter a “papa toda feita”, mas acho que o nosso papel é lhes proporcionar condições para que possam fazer a “papa”. Neste momento, acho que nem caldo conseguiriam fazer…

Neste momento já nem me interessa porque razão chegamos a este ponto. Interessa-me arranjar soluções, resolver o problema e então com mais calma analisar os erros cometidos de modo a não o fazermos outra vez.

E estou preocupado porque não vejo ninguém com soluções.

Ainda ando aqui com alguma esperança que num destes partidos e/ou seus congressos apareça um cara nova com ideias certas. Com vontade de resolver o problema e não de ser eleito. Com vontade de trabalhar e não de ter carro com motorista.

Por outro lado vejo alguém que mentiu ao seu país ser aclamado como o salvador da pátria.

Ò Portugueses, onde andam vocês com a cabecinha?

E volto a ficar preocupado, porque os meus filhos vão ter uma tarefa do “arco da velha”…

quinta-feira, março 31, 2011

E "bolachada velha"? Não? Pena...

Ver as imagens da nossa Assembleia Regional, tira-me do sério. Como é que é possível que os deputados, alguns com grandes responsabilidades sociais, se comportam assim?

Mal criação.

Falta de respeito.

Falta de bom senso.

E depois lembro-me que somos nós que pagamos os vencimentos daqueles entes!

E o mais engraçado é que conheço alguns deputados (que foram ou ainda são) e não percebo como é que aguentam tamanha vergonha!

Dei a por mim a pensar que eu com o meio “bom feitio”, ali a meio ia dar o bom e o bonito.

Grande emprego. Fazem o que querem, quando querem. São mal criados, interrompem as pessoas, gritam, enfim…

Um lado bom deve ter, nas empresas que dirigem, devem permitir o mesmo aos seus funcionários, ou o exemplo não vem de cima?

Que destino?

Que fazer? Não sei. Estou para lá de cansado e farto de todas estas medidas que há anos digo não resolvem o nosso problema. Ainda ninguém percebeu que não podemos ter um plano baseado na austeridade com a contra partida de medidas que promovam o crescimento económico?

Que de cada vez que se aumentam impostos, menos dinheiro o Português “normal” tem para gastar e não o gasta? Por falar em Português “normal”, não falo do gestor da EMA que tem um vencimentozito de 6.500€ e dois vogais acima dos 6.000€. E ainda bem que são vogais, porque se fossem consoantes não sei o que seria! E os 1.500€ mês para cada um dos carritos da administração (leram bem, cada um e são 3). Ou seja, um carro com uma renda mensal de 1500€, em renting que carro será? Hum… deixa-me ir aqui a um simulador…

E o nosso déficite que passou de 7,3% para 8,6% à conta dos gastos com o BPN. Ó meninos, gastou, entra nas contas, percebem? E ainda ninguém me conseguir explicar porque carga de água andamos nós a pagar as contas, para não dizer falcatruas, do BPN. A melhor que já ouvi é que não podemos deixar o banco ir à falência. Não? Vão dizer isso aos comerciantes que diariamente fecham os seus negócios. Às tantas saía mais barato.

E agora pergunto eu. Se no primeiro caso o CDS-PP já tinha esta informação há mais de meio ano, que raio andou a fazer? Terá lá algum militante?

E nós o que pensamos? Em quantas EMAS existirão por este país fora? Com a cabecinha enterrada na areia…

E dou por mim a pensar a quanto andará um rim, um coração, etc.… no mercado negro. Descansem, não estou a pensar vender os meus, mas pensando em que destino dar à nossa classe politica e no pagamento da divida… seria um 2 em 1?