quarta-feira, setembro 15, 2010

Os Livros

Quando leio passeio pelo mundo. Conheço novas gentes, novos costumes. Faço amigos, inimigos, amores e desamores. Corro, canso-me, descanso, durmo, acordo, sonho, tenho pesadelos. Sinto novos cheiros, novos sabores, conheço novas cores.
Não imagino a minha vida sem ler. Gostava de ter um remédio para aqueles que não tiram prazer da leitura. A sério. Acho que o mundo melhorava e muito.
Não me falem em ler livros no computador, o toque do papel é insubstituível. A capa rija que se revolta contra as primeiras aberturas, como se estivesse a testar a paciência do leitor. A ver se ele merece o livro.
Os livros usados que guardam as recordações de todas as vezes que os lemos. O papel já mais fraco de tanto ser folheado, no entanto suave, quase carinhoso connosco, fazendo-nos sentir em casa, seguros.
Não tenho muitos livros, não sei de cor que autores bebi, que títulos li. Sei que li, sei que fui transportado a lugares só possíveis na nossa imaginação. Lugares que sonho poder visitar. Épocas que gostaria de viver.
Dou por mim a pensar no livro que estou a ler. Preocupado se história irá mudar enquanto não estou a ler. Acho que é por isso que deve ter relido quase todos os livros que li, e alguns mais que uma vez. E de cada vez há algo novo que descubro.
Conselho: leiam. Leiam muito, quem sabe não encontram um amigo há muito tempo desencontrado…

terça-feira, setembro 07, 2010

Expliquem lá…

O processo Casa Pia.

Calma, não se assustem, não quero que me expliquem o caso. Até porque acho que não tem explicação.

Ainda não percebi se os arguidos estão inocente e fizeram-nos um pouco culpados, se são pouco culpados e fizeram-nos muito culpados e ainda e são muito culpados e fizeram-nos pouco culpados… Círculo vicioso não é? Percebem agora porque não vale a pena explicar o caso? Adiante…

O que quero que me expliquem é isto. E vou falar no Carlos Cruz, uma vez que é o mais mediático do caso, papel assumido pelo próprio.

O julgamento acabou, foi proferida a sentença e o Carlos Cruz foi declarado culpado. Ou seja a justiça considera-o um pedófilo, ou pelo menos culpado de crimes de pedofilia. Até aqui é fácil.

Agora e com todo o respeito que nos merecem as instituições deste país, o Carlos Cruz tem uma filha com 8 anos. De quem ele fala continuamente e que considera a força da sua cruzada, pelo facto de não querer a filha a viver num país com esta justiça.

Então temos um pedófilo condenado, que tem uma filha de 8 anos. A pergunta é: a Segurança Social está a monitorizar aquela criança? Está a ser seguida por algum especialista?

É que é tão grave quanto isto, a criança convive diariamente com um pedófilo. Ou não? Em que ficamos?

A desculpa que foi condenado é que vai apresentar recurso não é para aqui chamada. Neste momento presente os factos são estes.

quarta-feira, setembro 01, 2010

Motor da economia

Esta eu aqui a pensar… Qual o motivo de toda esta crise? Porque há falta de dinheiro? Porque não há trabalho? Porque é que não conseguimos vender Portugal nem aos Portugueses? (esta é fácil, sabemos que estão lisos… dá vontade de rir, mas não tem piada nenhuma).

Depois ouvimos os políticos, os opinion maker, os comentadores, etc., a falar da economia, do motor da economia e ficamos ainda mais perdidos. Então afinal o que é o motor da economia? São os bancos que têm o dinheiro e criam condições para o investimento privado? São os políticos que criam investimento público? São os grandes investidores que metem no mercado os seus milhões?

Não faço a mínima. Mas sei uma coisa, se são estes, sós ou em conjunto, estão a fazer um trabalho de merda!

Ou será que o motor da economia é o pequeno trabalhador que faz o seu trabalho com brio, recebe o seu pagamento, paga as suas contas e ainda gasta qualquer coisa num cafezinho, numa mini, num cinema, ou uma refeição ligeira?

Esse café onde este pequeno trabalhador, do género que ninguém nota, mas quando as ruas estão varridas, os sanitários limpos, o lixo recolhido todos nós gostamos e apreciamos… pois é, alguém o faz. Mas dizia eu, o café onde este trabalhador bebe o seu café, aprecia a sua mini, tem clientes, pagantes, o que lhe permite folgar um dia por semana para poder passear, no seu carrito, modesto mas fiável e acima de tudo recente. E quem sabe, saborear um almoço num restaurante campestre…

E por aqui vamos, cada qual no seu trabalho, cada qual com o seu nível de vida, que a uns permite mais ou menos devaneios e lá vamos lutando e aproveitando a nossa vida.

E o que fizeram a este pequeno trabalhador? Fizeram-lhe pagar taxas para guardar o seu dinheiro, pagar mais impostos, etc. Sim, porque é preciso manter os lucros dos grandes investidores, se não se gasta dinheiro porque há crise, arranjamos umas taxas e umas comissões e o problema resolve-se.

E o pequeno trabalhador, vai ao café, troca 2 dedos de conversa com o dono do café (que agora já nem tem dia de folga), com sorte bebe um café e pouco mais.

A pergunta é: as ruas não estão varridas? Os sanitários não estão limpos? O lixo não está recolhido? Então? Quem falhou neste motor?

Onde anda o dinheiro que este pequeno trabalhador fazia rodar? Percebem agora?

terça-feira, agosto 31, 2010

O ventoinha

Era eu puto e já ouvia falar da velha reivindicação de termos na RAM um helicóptero. Fosse para transporte de feridos, fosse para vigilância das serras, fosse para combate a incêndios, havia sempre a discussão à volta da orografia da ilha que não permitia grandes aventuras. Por aventuras leia-se, voos junto às escarpas, ou dentro de vales.
O certo é que o famoso ventoinha sempre veio. E que se saiba andou pela ilha toda. E já foi substituído.
Depois tivemos um particular, que ao abrigo de um contrato com o GR deveria fazer vigilância às serras e combate a incêndios. Alias e se a memória não me falha existem na Madeira 2 (leram bem, dois) equipamentos para combate aéreo a incêndios, comprados e pagos e prontos a usar. Investiguem…E agora com toda esta loucura desde o passado dia 13, com incêndios em zona inacessíveis que se propagam com os ventos e provocam reacendimentos de fogos já controlados, o que significa que hoje continuamos com 5 fogos activos e 5 sob vigilância.
“Os meios que temos são suficientes”. Não percebi? 95% do Parque Natural Ardido, Metade das Serras do Funchal ardidas e isto para não falar no resto da ilha. E temos os meios suficientes? Sem comentários…
Que é feito das torres de vigilância a fogos? Estão operacionais? Estão a uso?
Que é feito das patrulhas de vigilância que existiam no Verão?
Porque razão não se fazem patrulhas com os militares? Por um lado aproveitávamos um recurso que “está ali”. Por outro os militares testavam e treinavam a sua prontidão. Que melhor que patrulhas de reconhecimento?
Somos um país tão complicado assim, que as soluções que se nos apresentam, são de fácil implementação, bastando para isso algum trabalho e alguma boa vontade, esbarram sempre numa decisão burocrática? Ou pior, politica?Tenham Santa paciência.

Mapa de Situação de Fogos Florestais
Período de 30/08/2010,17:30 a 31/08/2010, 10:30
In http://www.procivmadeira.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=334&Itemid=2〈=pt

segunda-feira, agosto 30, 2010

Amizade

O título é cliché, eu sei, mas a verdade é que o reencontro de uma amizade antiga faz-nos sentir bem.
E tão bom reencontrar alguém de quem gostamos e que por voltas da vida perdemos o contacto. E é incrível como passados anos sentimos que o que nos unia ainda existe. A conversa flui naturalmente, sem subterfúgios, sem truques nem medos.
Reencontrar um Amigo da nossa adolescência, com quem partilhávamos os nossos medos, inseguranças, sonhos e planos para o futuro. Descobrimos que existe alguém que ainda conhece e acredita em nós. A quem contamos a história de uma vida e nos diz “tu estás igual”. Ajuda-nos a analisar a nossa vida e a chegar à conclusão que afinal as escolhas que fizemos não foram tão afastadas dos nossos planos como por vezes parece.
É certo que fizemos escolhas que foram condicionadas pela vida, mas a verdade é que quando sonhávamos haviam factores que não levamos em conta. E agora e ao olhar para trás sentimos que estamos no caminho certo, que dê por onde der vamos continuar a lutar e a fazer as nossas escolhas.
É engraçado como a vida nos surpreende. Quando estamos desanimados e alguém nos tece um elogio ou nos dá uma ajuda. Nem que seja uma pequena palavra. E o que nos surpreende é que muitas vezes vem de onde nem esperávamos.
Um reencontro que nos faz contar e partilhar a nossa vida com alguém que passado tanto tempo nos continua a conhecer tão bem, acaba por nos dar um novo alento. Porque descobrimos que às tantas não mudamos tanto assim. Que continuamos fieis às nossas crenças.
Aconselho. Procurem, pesquisem, descubram e encontrem. Depois não digam “ok, qualquer dia ligo”. Façam-no. E acreditem que vale a pena.

sábado, junho 05, 2010

Cristiano Ronaldo - CR9. "Noves fora nada?"

Acabei de seguir pela televisão uma sessão de autógrafos da Selecção Portuguesa numa estação de serviço da Galp. E fiquei decepcionado.
Se há alguém que eu tenho um grande apreço é pelo Cristiano Ronaldo, Por tudo aquilo que fez, que passou, que lutou. Só ele sabe. Mas a verdade é que neste momento, e em comparação com os Portugueses, a sua vida é um mar de rosas.
Não me interpretem mal, acho que o Ronaldo merece o que tem. Porque trabalhou para isso. O facto de o mundo do futebol ser completamente à parte, é outra conversa.
Agora vê-lo com um “ar de seca” a dar autógrafos e a raiar a má-criação quando é entrevistado pelo repórter da televisão, deixa-me completamente de rastos.
Então o meu amigo (se me permite o tratamento), não sabe que os Portugueses andam completamente “à rasca”? Acha que o facto de estarem à sua espera num qualquer posto Galp se deve ao facto de o verem como alguém que atingiu o sonho que todos temos?
Acha que é fácil para um Português, que anda a contar os cêntimos para alimentar os seus filhos, apanhar com a sua má disposição?
E está ali com um ar de “obrigação” e de “seca” a dar autógrafos? Não acha que é uma grande falta de respeito?
Pense bem nisso, e lembre-se que na verdade que quem lhe paga os milhões ao fim do mês são os adeptos, que geram as receitas para o seu clube.
Se “pegarem de ponta consigo”, não sei como vai ser…
Por mim só posso dizer, votos de um excelente mundial. Que lhe corra tudo bem. E acredite que é do fundo do coração, porque o Povo Português merece.
Para o Cristiano é mais um mundial, e quanto maior o resultado, melhor a sua cotação. Para os Portugueses é uma questão de esquecer as dificuldades do dia a dia…

terça-feira, janeiro 12, 2010

Algumas palavras

Algumas palavras para um ano novo. É par este. Será que é melhor que os impares? Não sei, tenho esperança que sim.

Foi um ano diferente para mim. Algumas complicações, algumas alegrias, muitas saudades.

As complicações já estão arrumadas no arquivo morto.

As alegrias vieram dos meus. Da Midô com o seu apoio incondicional e o seu sorriso sempre lindo. Cada vez mais a minha cara-metade. Incrível, 20 anos de casamento e ainda sinto dores de barriga ao pensar nela. Da Sofia, que luta todos os dias com montes de trabalhos do seu curso mas que dá a volta por cima. Anda muito bem. Sente-se em casa lá pela Capital. E ainda bem. Do António que este ano cresceu tanto (a todos os níveis), tropeçou como todos nós tropeçamos, mas lá vai dando a volta. Que se está a fazer homem com aquela voz de adolescente, mas continua um doce. Da minha família, que quando se junta a festa é completa. Nem vos conto as nossas festas…

As saudades vêm da falta que me faz a minha pequenina a dormir no seu quarto. Do seu acordar sempre “estremunhado” e que só se pode falar dai a uma meia hora. Das nossas conversas. Do sorriso que fica sempre bem na fotografia. E de cada vez que “embarca”, acreditem que é mais difícil. Estranho, mas estava convencido de que me iria habituar… puro engano.

Quanto ao resto? Este país? É a fartar vilanagem. Uns cometem crimes, outros arquivam processos.

Este mundo? Nem sei. Fico preocupado quando ainda se fala nas notícias em armas de destruição maciça. Começo a imaginar um ataque com bigornas…