quarta-feira, outubro 31, 2007

Estatísticas

O meu primeiro post neste blog foi em 10 de Outubro de 2006. O que quer dizer já são 394 dias. Ou 56 semanas. Ou treze meses. Como postei 62 vezes, quer dizer que postei 4,8 posts por mês, 1,2 por semana ou 0,16 por dia. E para que me serve esta informação? Estatística? A história do meio frango para cada?
E porque razão resolvi falar nisto ao 63º post? Porque na prova dos nove, 6+3 = 9, e “noves fora nada”?
Por vezes é o que sinto. Nada. Vazio. E isto devido a ser empurrado nesse sentido. Por existirem pessoas na minha vida que acham que a iniciativa deverá sempre partir de mim. Pergunto, e eu? Porra pá, eu também existo, tenho sentimento, defeitos e qualidades. E mau de tudo isto, é que por pensarem que eu não sinto e em dias como hoje acabam me convencendo disso.
Tento no meu dia a dia não andar a incomodar o próximo. Sei que sou exigente com quem me rodeia, por vezes até demais. Mas isso tem explicação, que pode dar ar de desculpa, por isso não vamos falar do assunto.
Quando digo que sou exigente, é porque quando gosto e confio em alguém espero que esse alguém seja como eu. Eu sei, estou errado, mas já nem sei se é defeito se feitio.
No fundo tem a haver com a maneira de ser dos ilhéus. Já reparam que quando nos visitam familiares ou amigos, o normal é sermos nós ter a iniciativa de manter o contacto?
Não seria natural de quem nos visita, nos procurar? Do mesmo modo que nós fazemos quando saímos daqui?
Com uma diferença, e lá está, não sei se defeito, feitio ou experiencia de vida. Eu (já) não penso assim. Se calhar um modo de ser um pouco “duro”, mas sou como sou. Quem gosta, gosta, quem não gosta… está no seu direito.
Mas vejo as minhas amizades como a Olá: quem gosta, gosta sempre. Esteja sol ou chuva, calor ou frio.


sexta-feira, outubro 19, 2007

Puto

O meu Puto faz anos hoje! Onze para ser mais preciso. Lembro-me de ter 11 anos, aquela idade que não é carne, nem peixe. Já não tem dez, mas ainda não tem doze. Já não é criança, mas também não é adolescente. Olha, não te preocupes, hás-de sempre ser o “meu Puto”.
Hoje vai para a escola pedinchar a bola de futebol que está presa. Ao que parece os meninos andam meio surdos aos toques da campainha… Assim vão aprendendo.
Hoje acordou a meio da noite para beber água e claro que viu o seu presente.
- António, apaga a luz. São 5 e meia da manhã!
- Mãe, só estou a beber água…
Quem não se lembra de receber um presente logo pela manhã no seu dia de anos e poder usa-lo já nesse dia? É tão bom.
Um dia feliz para ti, António!

sexta-feira, outubro 12, 2007

Conversas surreais.

Sejam pacientes comigo e imaginem uma conversa entre pai e 2 filhos, por causa de despesas e poupanças etc e tal, no mundo de hoje.
Pai – Meninos, quero falar com vocês sobre poupanças e cortes orçamentais.
Ela – Mas o que se passa? Estamos com problemas.
Pai – Não. Mas pensei que podíamos ajudar algumas pessoas.
Ele – Ajudar quem pai?
Pai – Pessoas que têm pouca sorte. Pessoas que não conseguem viver com o que ganham.
Ela – Mas o que queres fazer?
Pai – Olha, estava a pensar. Podia cortar a tua mesada em metade. Ainda ficavas com dinheiro para o passe e comias sempre em casa. Quando saísses à noite levas água contigo. E deixavas conduzir. Só em caso de necessidade.
Ela – Eh… sim , mas…
Pai - Estive a ver, e o que poupo por mês para pagar a universidade para o ano, também acho que vou reduzir. Estudas aqui em vez de ires para Lisboa. E ficando cá até arranjavas um trabalhinho para ajudar. Era fixe.
Ela – Quer dizer … se está assim tão mau… ok…
Pai – Tu, passavas e ir a vir sempre de autocarro para a escola. Arranja-se uma rodas para mochila, que vai ficar mais pesada por causa do almoço que passas a levar, mas com as rodas…
Ele – Mas pai … de autocarro e levar almoço?
Pai – Sim. A mãe depois do trabalho pode perfeitamente fazer o jantar, que faz par mais um, e que tu tornas a comer na escola no dia seguinte.
Eles – ehr…
Pai – Podia dispensar também a empregada a dias. Vocês levantavam-se mais cedo e já faziam as camas. Durante o dia iam limpando a casa. A roupa a mãe engoma enquanto vê a novela. Pois…
Eles – Olha pai tudo bem não sabíamos que estávamos tão mal assim. Afinal não conseguimos viver do que ganhamos e trabalhamos.
Pai – Não é isso. Não vivemos do que ganhamos. Mas assim ajudamos alguém a poder levar os filhos á escola de carro, a preparar o futuro deles, a ter conforto em casa, etc.
Eles – Então que dizer que vamos fazer sacrifícios para que outros tenham o nosso nível de vida?
Pai – (E já me esquecia da internet e tv cabo. Tenho de ver isso). Sim, não acham bem?
Eles – (não posso por a resposta por respeito à moral e bons costumes!)

Pena de Morte.

Isto vem daqui ou dacolá. Comecei por comentar, mas estendi-me. E ficou assim.
Eu como jurista que não sou, concordo com o vosso ponto de vista. A pena de morte é violenta e irreversível. E sou contra. Mas por vezes penso que:
- Se um ser humano viola uma criança, porque carga de água temos de andar a pagar a sua prisão perpétua?
- Se um alguém toca num dos meus filhos, o que merece?
- Se um terrorista coloca uma bomba que mata inocentes, que fazemos?
- Etc.
Eu sei, isto é pensar com o coração e não racionalmente. Mas os crimes racionais? Não vamos por aqui, para não cairmos nas insanidades mentais (há dúvida que um ser humano que comete um crime contra outro está insano, mas de qualquer modo tem que assumir a responsabilidade dos seus actos?).
E temos de assumir de vez a posição do nosso sistema judicial. Mas afinal a pena a cumprir por quem comete o crime, tem como finalidade a reabilitação ou o castigo? Ou os dois?
Se vamos pelo castigo, então a pena de morte tem pouco efeito. Ou nenhum. A estatística não mente. Mas podíamos seguir a Bíblia: Olho por olho, dente por dente. Mas, esperem, que se faz a um assassino? Mau… beco sem saída.
Se vamos pela reabilitação, assumimos que o castigo é a perda de liberdade, e que durante o tempo da pena vamos reabilitar o criminoso para um vida útil, temos também que desenvolver um sistema que nos garante precisamente isso. E que qualifique e quantifique o resultado dessa reabilitação. Complicado? Sim. Exequível? Sem dúvida, haja vontade…
Não será perfeito porque coloca algumas questões, tais como:
- No fim da pena, o em principio “já–não-criminoso” é considerado não apto. Que fazemos?
- Criminoso “repetente” tem direito a 2ª oportunidade? A 3ª, 4ª? Quantas oportunidades merecemos?
Temos aqui pano para mangas. Mas a realidade é que temos de começar pelo sistema judicial e pelas condições que temos para aplicar as suas leis. Economicamente falando, sai mais barato 1m2 de terreno de cemitério do que 9m2 de cela prisional…

quinta-feira, outubro 11, 2007

A vida... a vida é para a frente.

Por vezes parece-nos que a vida nos cai em cima toda de uma vez. Como dizia Quino na sua Mafalda: a vida é uma luta. E o pior é que pensa que somos campeões de boxe.
Mas ao pensar nisto (cá por coisas), dei comigo a chegar à conclusão de que a vida é para a frente. E não há volta a dar.
Cheguei à conclusão que não posso mudar o passado. Posso recorda-lo, posso remediar um erro cometido, mas mudar não posso.
O que fazer então? Não se costuma dizer que Deus escreve direito por linhas tortas? Então o que temos é de fazer as curvas das linhas, para chegar ao direito do sentido.
Confuso? Não sei. Como metáfora, imaginem-se a lutar contra uma tempestade numa canoa. Não temos que manobrar o barco para apanhar as ondas? E com isso não vamos chegando ao destino?
Eu sei, há aqueles a quem infelizmente a tempestade apanha. Mas esses também lutaram com todas as forças e fizeram a sua vida. Que continua, nos seus filhos, família e amigos.
E é aqui que nos temos de agarrar. É por isso o ser humano tem necessidade de procriar. Porque é a única maneira de a vida seguir em frente.
É por eles que lutamos, desesperamos, sofremos, choramos, mas por fim dizemos: vale a pena.
Bem sei não é fácil. Por isso temos Amigos!

terça-feira, outubro 02, 2007

Somos uma Família!

Quinze dias se passaram da abertura da Tasca. Tem sido trabalhoso mas gratificante. Uma coisa sei, come-se muito bem na Tasca. Isso eu garanto. Tem alguns “peru” menores a afinar? Tem sim senhor. O “mecânico” está para lá ir… mas hoje resolvo.
Sábado passado estranhei a insistência com que o meu filho António queria ficar na Tasca. Estava lá desde manhã, e eu queria que fosse a casa descansar um pouco, que depois voltava para a noite. E ontem à noite percebi.
Por ser segunda-feira, cheguei mais cedo a casa, e ele já meio a dormir, chamou-me e disse: já viste pai, hoje conseguimos falar à noite. Deu-me um abraço, um beijo e adormeceu. Não podia ter sido mais claro.
Praticamente não o vejo de segunda a quinta. À Sofia vejo-a sempre, o António, quando chego já dorme. De manhã é tudo a correr… O que lhes vale é a Mãe, que lá está para eles e que me representa melhor que o próprio. Adoro-te!
Se não fossemos uma Família, estava tudo tramado. Obrigado meu queridos!