sexta-feira, novembro 16, 2007

Toque do Catau


Há dois textos da minha querida Amiga (e por acaso prima), que provavelmente poderão criar alguma discordância. Este é um deles, mas é um primor.
O mais engraçado é que me revejo nele. Como me assusta por vezes a nossa maneira tão parecida de pensar.
Como é possível vivermos longe e termos esta empatia? Será dos genes? Será do toque do Catau? Acho que sim, sem dúvida.
Quando olho para a foto do post anterior vejo o meu pai comigo e descubro de onde vem a sensação de segurança do seu abraço, e começo a pensar o que seria a minha vida se... Quando olho para a foto deste post, vejo o seu sorriso malandro, e sei que o “se” estava destinado a não acontecer.
Aquele sorriso diz tudo. O Catau era assim.

terça-feira, novembro 13, 2007

Abraço...


Cada vez que penso em alguma coisa vêm-me lágrimas aos olhos. Porquê?
Para quem está de fora e não me conhece, não imagina o que me está a custar esta perda. Os nossos contactos eram raros, nos aniversários, festas, etc. Mas eram intensos. O seu abraço era o melhor do mundo. Sabem aquele abraço que nos faz sentir seguros? Que é dado com um sentimento fora do normal? Pois, é disso que sinto falta.
Não me arrependo das atitudes e escolhas que fiz com ele. Se fui intransigente em certas situações, é porque fui educado assim. E ele sabia-o. E mais, tenho a certeza que me dava razão. Mas por uma qualquer fraqueza era incapaz de o reconhecer.
Nesta despedida da minha prima, nota-se quão boa pessoa ele era. Toda gente gostava dele. Atrevo-me a dizer quer toda a gente se apaixonava pelo Catau.
E pelo que sei, desde novo. Talvez por essa facilidade de ser “gostado”, sabia que mesmo rompendo barreiras, o amor ficava sempre lá. E ficou.
Por vezes passa-me pela cabeça que no dia em morresse, iria ficar muita coisa por dizer. Assuntos que eu tentei resolver, que quis limpar. Mas era mais forte que ele. Não do amor que sentia por mim (agora sei isso), mas da falta de amor-próprio.
É engraçado o que a morte de alguém que amamos nos faz. Só nos vêm à cabeça as boas recordações. Desde as maluquices (quem não se lembra do foguete na Vila Acácia), às horas de conversas perdidas à frente de uma lareira, de uma viagem do Porto Moniz sem luzes no carro. De passeios a pé inesquecíveis. De caçar melros pretos. De andar no Caniçal à procura de invólucros de munições, depois dos exercícios militares. Do alho frito que me ensinou a gostar quando vivia em Machico, numa tasquinha que tinha umas redes à entrada. Do bife tártaro e da sua maneira de temperar fígado que foi o único que gostei. Do gosto pela leitura e da sua cultura…
De uma coisa tenho a certeza, onde está agora com o Tó, o Júlio e o Manel, deve ser uma festa linda. Acreditem!
Só queria mais um abraço Pai… só um…

quinta-feira, novembro 08, 2007

Despedida...

Hoje despeço-me de si a quem admirava. Tenho tanta pena do tempo perdido que nem sei para onde me virar. Estou desolado, triste e nem sei que mais...
Mas sei que gostava de mim. Ver na sua carteira o cartão da Tasca foi uma benção.
Tenho pena de não ter partilhado mais vida de dois seres lindos: a Sofia e o António.
Até sempre Catau, ou Pistola, mas o meu preferido era Pai!