segunda-feira, novembro 20, 2006

Heróis

385,90€? Sabem o que é? E 77.366$00? Não? É o mesmo. E ao mesmo tempo é número dos nossos heróis Portugueses.
Já percebem? Pois, é o SMN. O nosso amigo Salário Mínimo Nacional com o qual muita gente faz a sua vida.
Cá está meus caros, 3 bicas por dia num mês são logo 45€. Pois Alguém vai dizer “não tenham vícios, não bebam café!”.
Se pararmos para pensar, deixamos logo de nos queixar. Imaginem o que não sente uma pessoa com este salário, quando ouve ontem no noticiário da Sic que o numero de pessoas a viver de rendimentos neste país passou de 384 mil para meio milhão…Crise?
E agora o governo quer aumentar para 400€! 3,6% de aumento! Ou 14,10€!
Do outro lado os empresários apontam para 395€ e parar chegar aos 500€ lá para 2012-13… Ora isto daria… entre 4,9 e 4,0% de aumento em todos os anos a partir de 2007. Será?
Não tenho duvidas que existe muita gente a viver acima das suas possibilidades. São os telemóveis topo de gama, são os carros, as férias. Basta ver as facilidades de crédito para o consumismo e logo se percebe porque é que não se compram casas…
Onde anda a nossa média? Casa de 150.000 e carro de 15.000, ou casa de 90.000 e carro de 30.000?
E outra pergunta vos deixo aqui. Se há tanto lucro da Banca, quem o paga? E se um dos princípios da economia é manter o dinheiro a rodar, porque é que ele não roda?
Bem rodar, roda e anda bem vivo… sempre nos bolsos dos mesmos!
Bem e se calhar assim é que é, o que tem 300 roda os seus 300 e o que tem milhões, gera mais milhões.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Imagens 2

Há imagens más e imagens boas. E por ter muito boas imagens, vou falar numa série delas durante uns tempos.
Guardo, e ainda bem, uma imagem de mim sentado no colo da minha mãe numa casa que vivemos em São João.
Lembro-me do cheiro, do sol e mais importante do toque. Do toque, porque estava-me a fazer festas nas costas, aquilo que carinhosamente chamamos na nossa família de “rasquinhas”. Engraçado que o meu António pede-me o mesmo.
Lembro-me do meu Avô Humberto sentado na sala, e novamente o cheiro da sala vem-me à mente, a se meter comigo por causa dos beijos que os actores davam nas telenovelas brasileiras. “Então Nuno, sabes fazer? Fazes com as tuas namoradas?” dizia ele com o olhar mais maroto que eu alguma vez vi alguém fazer. E que ficava lá, não digo envergonhado, mas completamente à rasca sem saber o que dizer.
O meu padrasto (palavra feia), que se tornou um pai e mais importante um avô para os meus filhos, deixou a imagem de ser uma pessoa complicada, mas justa. Costumava dizer na brincadeira que ele tinha sido feito para viver só. Depois de o ver no chão da sala a brincar com a Sofia bebé, fiquei completamente abananado.
Foi sempre exigente comigo, mas é alguém que esteve sempre ao meu lado na vida e que quando precisei me aconselhou e bem. Penso que estou onde estou por ele…

Vamos dar a volta a isto

Eu por vezes penso que sou maluco por escrever sobre certo tipo de coisas, mas apetece-me.
E hoje apetece-me escrever sobre o “vamos dar a volta a isto, mas à maneira portuguesa”.
Há um país A do 3º mundo, ou já em vias de desenvolvimento, que começa a receber ajuda externa para se tornar num país “decente”. Será isto? Não sei.
Logo que isto acontece, as oportunidades de investimento (o tuga aqui já lê ganhar dinheiro) chamam empresários e empresas de todo o mundo, que resolvem aplicar o seu “saber fazer” naquele país e ajuda-lo a crescer, desde que tenham como garantia o retorno do investimento com mais valias (aqui o tuga já pensa “mas vou ter de meter dinheiro lá?”)
Para trabalhar no A (lembram-se? País A), é necessário cumprir com a legislação vigente nesse país, feita à priori para defender os interesses do seu povo contra os interesses de outrem.
Quando o normal é estudar essa legislação de modo a cumpri-la e eventualmente tomar uma decisão final sobre o investimento, que faz o português?
Exacto, estuda a legislação, mas sobre uma óptica diferente. A tal “vamos dar a volta a isto”. A lei prevê que se tem de cumprir com certos requisitos, não faz mal, tenho um primo que anda metido com a amante do tio do responsável da empresa que fornece ao chefe de departamento do consulado as lagostas que ele tanto gosta…and so on.
É preciso um documento de modo a que …, não há problema, tenho um amigo que conhece o gajo que vai para os copos com a amiga da mulher do primo da …
E com isto, o nosso querido tuga não percebe que torna o investimento naquilo que ele tem tanto medo: meter dinheiro.
E vocês ainda querem que eu acredite neste país? Talvez, daqui a uns anos e se os nossos filhos aprenderem alguma coisa.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Imagens

Por vezes dou por mim a pensar nas imagens que tenho retidas na cabeça. Sabem, aquelas situações que nos marcaram para a vida.
Não me interpretem mal, situação que já ultrapassamos, mas que nos marcam de uma forma que nos fazem ter cuidado com as nossas acções.
Eu por exemplo, tenho sempre presente o dia que o meu pai saiu de casa. Foi-me acordar cedo e fomos dar uma volta de carro e sei perfeitamente o lugar em que me disse que ia embora. Foi na antiga Carvalho Araújo, que para mim ainda hoje em dia é uma rua triste.
Não me perguntem se chorei, nem mais pormenores, só me lembro de estar lá e sentir que alguma coisa tinha acabado. Sei também que nunca lhe falei neste assunto, mas tive o medo de todas as crianças: será que foi por minha culpa?
Nós adultos pensamos e respondemos, não penses nisso. Como pode ser culpa tua? Estás maluco? Pois, mas as crianças olham para nós e vêm-nos como os seus ídolos e modelos. Para terem uma ideia, fiz essa pergunta à minha mãe não tem muito tempo.
E na altura enchi-me de coragem e fiz, porque no fundo ainda tinha de medo de ouvir “sim, foi por tua causa”.
Dei a volta por cima, fiz a minha vida, mas a imagem lá ficou.
A minha prioridade é não magoar os meus filhos nem lhes deixar sequer pensar que podem ter alguma influência no que possa correr mal na minha vida.
Quero que partam para a vida deles preparados, mas sem os meus problemas. Os deles não vão ser fáceis de resolver e eu quero guardem toda a sua energia para enfrenta-los.
Acima de tudo quero que venham ter comigo para ajuda-los sem ficarem preocupados se eu tenho ou não problemas.
Por isso vos digo, ter filhos é uma grande responsabilidade, portanto pensem muito bem antes de os terem. A vossa vida deixa de ser vossa, passa a ser “nossa”.
Agora, se vale a pena? Vocês nunca viram um sorriso de um bebé às cinco da manhã depois de uma noite cólicas? Pois, não tem explicação!

To present Friends

Não podia deixar de ser. Os Amigos presentes têm de ser acarinhados. Exactamente porque estão lá, sempre que precisamos.
O meu filho perguntou-me uma vez se eu era rico. Eu disse-lhe, se consideras rico alguém que tem Amigos, então sou.
Obrigado meus Amigos, são vocês que tornam os dias especiais.
Já não escrevia há uma semana, tudo por causa de um servidor que resolveu dar um erro para o qual está configurado para não dar…
A famosa lei de Murphy. Quando programava, tinha sempre em mente que na informática “se pode correr mal, então vai correr mal de certeza”.
Alguns que por aqui andam, não sabem, mas o famoso erro deu-se logo no início de uma semana de loucos e no dia dos meus trinta e último. Inferno…

sexta-feira, novembro 03, 2006

To absent friends!

E depois do almoço, e porque foi um almoço bem passado, lembrei-me de quem me faz falta.
Sabem aquele brinde inglês “to absent friends!”? Pois, faz-nos pele de galinha….
Os amigos ausentes são algo que sempre nos toca. São aqueles que a uma mesa de refeição, sempre que fazemos um brinde, estão lá na nossa imagem.
Felizmente tenho alguns, que nem sei se mereço, mas que me ficaram nas excelentes recordações que tenho.
Quer queiramos quer não, é uns dos, senão o brinde mais bonito que conheço. “Aos amigos ausentes.”
Por ser algo que nos toca e pela experiência que tenho (que me acontece a mim também), quando faço este brinde toda gente fica com lágrimas nos olhos.
Agora, se é por aqueles que já não estão entre nós, não por escolha própria, ou se é por aqueles que por escolha própria nos abandonaram...

Amiga

Hoje deu-me para falar da Amizade. E deu-me, porque tenho uma Amiga a quem há dias fiz um carinho, ou melhor, uma baboseira e ela adorou. Mal sabe ela que às tantas nem gostou tanto quanto eu.
E não é para dar umas baboseiras que os Amigos também existem? Não existem para por vezes possamos deitar a cabeça no colo deles e dizer “não me perguntes nada, deixa-me só ficar aqui junto de ti”?
Mas atenção, Amigo não é aquele que nos diz sempre que sim. Amigo é aquele que nos entende sempre, embora por vezes não nos compreende, mas que está lá incondicionalmente nos maus momentos.
Amigo é aquela pessoa que vem ter connosco nos maus momentos porque sabe que nós precisamos de baixar as defesas e simplesmente chorar.
Nos bons momentos isso também acontece. Quanto vale um abraço Amigo num momento de felicidade?
Por vezes a minha Amiga “esquece” estes pormenores, fica a pensar se eu não estou a fazer as coisas por ela.
É claro que estou, e faço por ti Amiga, não porque está na moda ou é bonito.
Por vezes faço-as por minha iniciativa, outras porque vejo que precisas e outras porque Tu me pedes. E quando tens de me pedir, não é porque me esqueci de Ti, mas porque ando distraído. E ainda bem que te tenho para me chamar à atenção.
Penso que esta Amizade está para durar. Não achas?