terça-feira, agosto 31, 2010

O ventoinha

Era eu puto e já ouvia falar da velha reivindicação de termos na RAM um helicóptero. Fosse para transporte de feridos, fosse para vigilância das serras, fosse para combate a incêndios, havia sempre a discussão à volta da orografia da ilha que não permitia grandes aventuras. Por aventuras leia-se, voos junto às escarpas, ou dentro de vales.
O certo é que o famoso ventoinha sempre veio. E que se saiba andou pela ilha toda. E já foi substituído.
Depois tivemos um particular, que ao abrigo de um contrato com o GR deveria fazer vigilância às serras e combate a incêndios. Alias e se a memória não me falha existem na Madeira 2 (leram bem, dois) equipamentos para combate aéreo a incêndios, comprados e pagos e prontos a usar. Investiguem…E agora com toda esta loucura desde o passado dia 13, com incêndios em zona inacessíveis que se propagam com os ventos e provocam reacendimentos de fogos já controlados, o que significa que hoje continuamos com 5 fogos activos e 5 sob vigilância.
“Os meios que temos são suficientes”. Não percebi? 95% do Parque Natural Ardido, Metade das Serras do Funchal ardidas e isto para não falar no resto da ilha. E temos os meios suficientes? Sem comentários…
Que é feito das torres de vigilância a fogos? Estão operacionais? Estão a uso?
Que é feito das patrulhas de vigilância que existiam no Verão?
Porque razão não se fazem patrulhas com os militares? Por um lado aproveitávamos um recurso que “está ali”. Por outro os militares testavam e treinavam a sua prontidão. Que melhor que patrulhas de reconhecimento?
Somos um país tão complicado assim, que as soluções que se nos apresentam, são de fácil implementação, bastando para isso algum trabalho e alguma boa vontade, esbarram sempre numa decisão burocrática? Ou pior, politica?Tenham Santa paciência.

Mapa de Situação de Fogos Florestais
Período de 30/08/2010,17:30 a 31/08/2010, 10:30
In http://www.procivmadeira.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=334&Itemid=2〈=pt

segunda-feira, agosto 30, 2010

Amizade

O título é cliché, eu sei, mas a verdade é que o reencontro de uma amizade antiga faz-nos sentir bem.
E tão bom reencontrar alguém de quem gostamos e que por voltas da vida perdemos o contacto. E é incrível como passados anos sentimos que o que nos unia ainda existe. A conversa flui naturalmente, sem subterfúgios, sem truques nem medos.
Reencontrar um Amigo da nossa adolescência, com quem partilhávamos os nossos medos, inseguranças, sonhos e planos para o futuro. Descobrimos que existe alguém que ainda conhece e acredita em nós. A quem contamos a história de uma vida e nos diz “tu estás igual”. Ajuda-nos a analisar a nossa vida e a chegar à conclusão que afinal as escolhas que fizemos não foram tão afastadas dos nossos planos como por vezes parece.
É certo que fizemos escolhas que foram condicionadas pela vida, mas a verdade é que quando sonhávamos haviam factores que não levamos em conta. E agora e ao olhar para trás sentimos que estamos no caminho certo, que dê por onde der vamos continuar a lutar e a fazer as nossas escolhas.
É engraçado como a vida nos surpreende. Quando estamos desanimados e alguém nos tece um elogio ou nos dá uma ajuda. Nem que seja uma pequena palavra. E o que nos surpreende é que muitas vezes vem de onde nem esperávamos.
Um reencontro que nos faz contar e partilhar a nossa vida com alguém que passado tanto tempo nos continua a conhecer tão bem, acaba por nos dar um novo alento. Porque descobrimos que às tantas não mudamos tanto assim. Que continuamos fieis às nossas crenças.
Aconselho. Procurem, pesquisem, descubram e encontrem. Depois não digam “ok, qualquer dia ligo”. Façam-no. E acreditem que vale a pena.