Há imagens más e imagens boas. E por ter muito boas imagens, vou falar numa série delas durante uns tempos.
Guardo, e ainda bem, uma imagem de mim sentado no colo da minha mãe numa casa que vivemos em São João.
Lembro-me do cheiro, do sol e mais importante do toque. Do toque, porque estava-me a fazer festas nas costas, aquilo que carinhosamente chamamos na nossa família de “rasquinhas”. Engraçado que o meu António pede-me o mesmo.
Lembro-me do meu Avô Humberto sentado na sala, e novamente o cheiro da sala vem-me à mente, a se meter comigo por causa dos beijos que os actores davam nas telenovelas brasileiras. “Então Nuno, sabes fazer? Fazes com as tuas namoradas?” dizia ele com o olhar mais maroto que eu alguma vez vi alguém fazer. E que ficava lá, não digo envergonhado, mas completamente à rasca sem saber o que dizer.
O meu padrasto (palavra feia), que se tornou um pai e mais importante um avô para os meus filhos, deixou a imagem de ser uma pessoa complicada, mas justa. Costumava dizer na brincadeira que ele tinha sido feito para viver só. Depois de o ver no chão da sala a brincar com a Sofia bebé, fiquei completamente abananado.
Foi sempre exigente comigo, mas é alguém que esteve sempre ao meu lado na vida e que quando precisei me aconselhou e bem. Penso que estou onde estou por ele…
quinta-feira, novembro 16, 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Que saudades que tenho das «rasquinhas» do meu pai. Que saudades que eu tenho do meu pai de menina, carinhoso e desinteressado. Fiquemos por aqui. :(
Enviar um comentário