quinta-feira, novembro 16, 2006

Vamos dar a volta a isto

Eu por vezes penso que sou maluco por escrever sobre certo tipo de coisas, mas apetece-me.
E hoje apetece-me escrever sobre o “vamos dar a volta a isto, mas à maneira portuguesa”.
Há um país A do 3º mundo, ou já em vias de desenvolvimento, que começa a receber ajuda externa para se tornar num país “decente”. Será isto? Não sei.
Logo que isto acontece, as oportunidades de investimento (o tuga aqui já lê ganhar dinheiro) chamam empresários e empresas de todo o mundo, que resolvem aplicar o seu “saber fazer” naquele país e ajuda-lo a crescer, desde que tenham como garantia o retorno do investimento com mais valias (aqui o tuga já pensa “mas vou ter de meter dinheiro lá?”)
Para trabalhar no A (lembram-se? País A), é necessário cumprir com a legislação vigente nesse país, feita à priori para defender os interesses do seu povo contra os interesses de outrem.
Quando o normal é estudar essa legislação de modo a cumpri-la e eventualmente tomar uma decisão final sobre o investimento, que faz o português?
Exacto, estuda a legislação, mas sobre uma óptica diferente. A tal “vamos dar a volta a isto”. A lei prevê que se tem de cumprir com certos requisitos, não faz mal, tenho um primo que anda metido com a amante do tio do responsável da empresa que fornece ao chefe de departamento do consulado as lagostas que ele tanto gosta…and so on.
É preciso um documento de modo a que …, não há problema, tenho um amigo que conhece o gajo que vai para os copos com a amiga da mulher do primo da …
E com isto, o nosso querido tuga não percebe que torna o investimento naquilo que ele tem tanto medo: meter dinheiro.
E vocês ainda querem que eu acredite neste país? Talvez, daqui a uns anos e se os nossos filhos aprenderem alguma coisa.

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